Deixar o currículo nas mãos de um amigo pode ser a chance de uma recolocação no mercado. Melhor ainda se este amigo tiver uma posição de comando e puder realmente dar aquele empurrãozinho. No entanto, conciliar profissionalismo e amizade exige maturidade. “A ética profissional deve ser mantida e ambos precisam respeitá-la; caso contrário, poderão ter problemas no ambiente profissional”, alerta Deise Moreto, consultora de RH da Catho Online.
De acordo com Grinberg, é muito complicado separar a amizade e os demais subordinados estarão sempre comparando. “Isso provoca fofocas e, consequentemente, atrapalha o rendimento da equipe”, considera. A psicóloga Triana Portal acrescenta que, para evitar tais problemas, é necessário deixar tudo muito bem definido desde o início.
A postura ideal do chefe
E se, na hora de promover ou dar um aumento, o escolhido for o amigo? É importante deixar claro quais foram os critérios que fizeram com que promovesse aquele colaborador e não outro. “É fundamental chamar toda a equipe e contar a notícia, deixando claros os critérios de avaliação”, diz Deise. Além disso, caso o líder tenha em sua equipe outros colaboradores com bons resultados e que estão próximos de uma futura promoção, pode aplicar um feedback individual e mencionar quais são os pontos que ainda precisam ser melhorados e evidenciar os positivos. “Desta forma, não irá desmotivá-los. Eles irão sentir que o líder foi justo e está acompanhando seus resultados”, afirma a consultora da Catho.
E o subordinado, como deve agir?
A psicóloga atenta que o subordinado deve resistir à tentação de usar a amizade para tentar persuadir o chefe em favor dos seus interesses profissionais. “Ele deve pensar que, se fizer isso, o colocará em uma posição constrangedora, que possivelmente irá minar a relação dele com o resto da equipe”, afirma Maria Clara. Sem contar que o próprio funcionário pode ser visto como uma pessoa que depende de favoritismo - mais do que da própria competência - para avançar.
Como evitar as fofocas
Segundo Maria Clara, a fofoca é um fenômeno natural e situações em que há desconfiança são propícias ao seu aparecimento. “Quanto mais transparência houver com o amigo e com o resto da equipe, e quanto mais os papéis de amigo, de chefe e de subordinado forem claramente definidos, menos margem haverá para a fofoca”, garante.
Aqui, Deise enumera algumas dicas para evitar essas ‘conversinhas paralelas’:
- ter cuidado para não adotar posturas inadequadas, como utilizar recursos da empresa ou o horário de expediente para assuntos pessoais. É importante lembrar que esse tipo de comportamento poderá gerar fofocas e conflitos dentro da empresa;
- dentro do ambiente de trabalho, mesmo ao falar com seus amigos, mantenha uma postura profissional. Ao exagerar nas brincadeiras ou ter um vocabulário informal demais, você dará abertura e esse excesso de liberdade no ambiente de trabalho pode gerar problemas futuros;
- ao sair com seus amigos/colegas do trabalho para um happy hour tome cuidado com a postura e as conversas. Lembre-se que tudo o que for feito ou comentado pode chegar dentro da empresa e algumas posturas podem ser comprometedoras para a visibilidade do seu profissional;
- lembre-se: é importante saber separar o lado profissional do pessoal e mostrar resultados em seu trabalho.
por: Simone Cunha