quinta-feira, 21 de julho de 2011

A internet livre da geração Y

Nos últimos tempos, ocorrem constantes e intensos debates na sociedade sobre o uso da Internet de forma livre em todos os ambientes, principalmente o uso das redes sociais.
Em muitos destes debates, já se observa que as redes sociais não são apenas mais um brinquedo da moda ou um videogame que os jovens usam para se divertir. É fácil constatar que, para os jovens, a transparência nas informações e a liberdade de acesso às mesmas são extremamente relevantes.

Com a chegada da geração Y ao mercado, muitos conceitos estabelecidos há décadas também perderam seu significado prático. Isto tem feito com que não apenas parlamentares, mas também empresas discutam os impactos das ferramentas de acesso às redes sociais no ambiente de trabalho.
Os jovens da geração Y desenvolveram este comportamento social colaborativo,  entretanto, as estruturas de trabalho nas empresas não contemplam todas as sutilezas deste comportamento. O que se observa com mais frequência  são mecanismos de restrição e controle de acesso às redes sociais e comunicadores instantâneos.
É como ver a re-edição de um filme antigo. Há vinte anos os gestores nas empresas, preocupados que seus jovens funcionários usassem o telefone para ligações particulares, colocavam cadeados que deveriam impedir seu uso sem controle. O bizarro é que este comportamento se refletia também nas residências, com pais restringindo o acesso às ligações para evitar que seus filhos adolescentes ficassem “horas no telefone” conversando sobre assuntos sem importância.
O que aconteceu com estes jovens, agora que são adultos?
Uma breve conversa com qualquer gestor de empresa é suficiente para identificar inúmeras justificativas para o controle de acesso à Internet. Falta de foco, distração e baixa produtividade normalmente são as primeiras razões para impedir o uso de MSNs, Twitters e Facebooks, contudo, estas razões ignoram ou distorcem os aspectos positivos que podem ser alcançados.
A geração Y usa as conexões que desenvolvem nas redes sociais para alcançar respostas imediatas para suas questões profissionais. Eles chegam ao mundo corporativo tentando replicar este tipo de interação social para aumentar seu próprio desempenho e, com isso, criar possibilidades de agregar valor para a empresa de uma maneira inovadora.
Quando as empresas impedem o acesso às redes sociais no ambiente de trabalho, estabelecem limites às capacidades cognitivas do jovem e comprometem a sua produtividade. Estamos diante de um novo código de comportamento social, onde soluções novas devem surgir para resolver desafios que nunca existiram.
Independentemente do papel que exercemos – seja o de gestores, de pais, de educadores, e até de parlamentares -, precisamos nos adaptar com maior velocidade a estes comportamentos, sem preconceitos. Caso contrário, viveremos a utopia de achar que ainda estamos no tempo em que as rede sociais não existiam – e em que alguns gestores e parlamentares acreditavam que era possível controlar a Internet.

FONTE: http://exame.abril.com.br/