quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Sucesso é não fazer de conta


Para mim, o que realmente faz a diferença para uma carreira bem-sucedida são as sutilezas das relações humanas

Quando eu era criança, os professores costumavam elogiar minha força de vontade. E eu vivia em busca do que precisava fazer para me tornar bom em tudo que botava os olhos. Enquanto frequentava a escola do bairro,
me destacava entre os melhores alunos da turma. Logo, quis mudar para o melhor colégio da cidade. Foi o que fiz.

Estava focado em me preparar para entrar em uma boa faculdade, me tornar um profissional bem-sucedido e, finalmente, ter uma vida feliz – na minha cabeça, essas coisas andavam juntas. Aos 21 anos, era engenheiro. Aos 23, já tinha pós-graduação e um emprego na indústria  automobilística... que não tinha nada a ver comigo.

‘Algo no meu plano havia saído errado.’

Se, antes, força de vontade era o que pensava me levar mais longe, com o passar dos anos, percebi outro aspecto importante sobre mim. Era capaz de admitir rápido os meus erros, por exemplo. Então, mudei de emprego e fui ajustando meus critérios de felicidade. Notei que viver bem era me sentir satisfeito a maior parte do tempo.

Novo modus operandi

Minha noção de sucesso daquele tempo estava alinhada ao que, hoje, pensam os jovens. Segundo um levantamento que fizemos aqui no LinkedIn, ser bem-sucedido não necessariamente é ter salário alto, cargo superior em uma hierarquia, casamento e filhos. Sucesso é ser feliz, saudável e saber equilibrar vida pessoal e profissional. Entre os mais de 18 mil participantes desse levantamento, 26% acreditam que a percepção de sucesso da sociedade está ultrapassada.

Talvez eu estivesse à frente do meu tempo nesse quesito. Descobri na prática que não havia uma fórmula para o sucesso. A partir de então, tudo só melhorou.

Depois de dois anos na indústria de autopeças, fui para a área de vendas. Trabalhei por sete anos como vendedor de produtos de informática em uma empresa brasileira. Saí de lá para empreender.

A ideia nasceu quando vi o preço alto que a minha irmã pagou por um carrinho de bebê. Estávamos em meados dos anos 1990, o Brasil recém-aberto ao mercado externo. Importar aquele produto da China era barato. Poderia importar carrinhos do outro lado do mundo, pagar todos os custos e ter um bom lucro.

O negócio durou pouco e me ensinou que, para abrir uma empresa, era preciso mais planejamento do que tinha feito. Em pouco tempo, muita gente soube o preço do carrinho de bebê da China. Ganhei uma vasta concorrência que inviabilizou o negócio.

O meu acerto, de novo, foi ter entendido rápido que era melhor voltar para o mercado. Fui trabalhar em uma grande companhia de informática, onde fiquei por 14 anos, e saí como diretor de vendas e marketing. Há sete, estou no LinkedIn.

Juntos Nessa

As minhas diversas vivências me fizeram conhecer o mundo empresarial sob diferentes perspectivas e despertaram em mim a capacidade de me colocar no lugar dos outros – uma das características que considero mais importantes nos relacionamentos.

Sinto que, ao fazer isso, as pessoas confiam em mim, e esse é o maior indicador de que minhas escolhas, somadas a um pouco de sorte, valeram a pena. Meus esforços dos tempos de escola de nada me serviriam durante a carreira se eu não tivesse aprendido a lidar com gente. Também, sei que meus amigos me consideram uma pessoa sincera, que não enrola nem adoça a pílula.

A transparência é um dos aspectos com os quais mais me identifico na cultura do LinkedIn. Um dos nossos valores é ser “aberto, honesto e construtivo”. Aqui, há espaço para todo mundo. Por isso, hoje, lançamos no Brasil a campanha Juntos Nessa. Por conta dela, convido você que está lendo este texto a compartilhar na rede a sua própria definição de sucesso.

Já temos bons exemplos por aí, como o da publicitária Katrin, que deixou o cargo de diretoria em uma grande agência para abrir o LAUT, um restaurante de culinária viva. Também o Jack, conhecido como Leiga, artista visual que busca, por meio de seus grafites e telas, facilitar o acesso à cultura e à arte. Por último, a Fabi, trainee de marketing que vê na representatividade o meio para trazer mudanças ao mundo.

AUTOR: Milton Beck
FONTE: linkedin.com