segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Recrutamento de empresas pelas redes sociais

As empresas hoje em dia tem mudado pouco a pouco seu comportamento perante as redes sociais. Infelizmente, a grande maioria não aderiu em definitivo aos sistemas digitais, bloqueiam o acesso dos funcionários nas grandes redes, porque entendem que se existir a liberação, o grupo terá baixa produtividade.

Normalmente, as novas empresas (empresas com menos de 10 anos e startups) se utilizam de forma enfática das redes sociais, em busca de profissionais e aprimoramento da gestão do conhecimento aplicada em suas dependências. Temos um exemplo do grupo de discussão “Entusiastas da social media” no Facebook, que reúne conteúdo de qualidade, alem de uma sessão exclusiva para contratações de novos profissionais.

As vantagens de uma empresa aderir definitivamente ao social mídia, são inúmeras, como por exemplo explorar um mercado que até então é desconsiderado: O consumidor online. A empresa pode criar uma fanpage no Facebook, a fim de aproximar a marca com as opiniões dos clientes, ofertar promoções exclusivas em conjunto com campanhas patrocinadas pelo Google Adwords e do próprio Facebook. Outro fator extremamente importante é conectar o Website oficial da empresa com botões de aplicativos para Facebook, Twitter, Linkedin, etc., assim os clientes poderão divulgar diretamente para seus amigos o que a empresa oferece de valor.


Mas e do ponto de vista do profissional, quais são os benefícios em um perfil social preparado para o mercado?


Para responder sobre o dilema que as empresas vivem(aceitar ou não as redes sociais), convidamos Kátia Leite de Carvalho, diretora de empresa de Recursos Humanos.


1- Como as empresas de RH, tem se relacionado com os perfis sociais de candidatos e identificado características essenciais que basicamente combinem ou não com uma determinada vaga?


"Infelizmente, não podemos responder por todas as empresas, mas temos percebido que o contato com profissionais por intermédio das redes sociais, pode ajudar na identificação de candidatos com perfis mais direcionados para as posições que temos em aberto. Consideramos, portanto, as redes sociais, como um bom instrumento para nos auxiliar no recrutamento nas mais diversas áreas de atuação. No entanto, é importante destacar que a apresentação de currículos ou a identificação de candidatos por intermédios da rede, constitui apenas o primeiro passo para a realização do processo de seleção. Também devemos considerar que, analisar profissionais somente com base nas apresentações ou em currículos, pode ser perigoso, pois processos de seleção sempre envolvem análises de outros requisitos que podem ser melhor identificados nas entrevistas."


2- A grande maioria das empresas, infelizmente ainda não se utiliza deste novo tipo de análise. Na opinião de sua empresa, porque isto acontece?


"Acredito que muitas empresas recorrem as redes. No entanto, conforme respondido na questão anterior, o acesso ao profissional pelas redes sociais, constitui apenas o primeiro passo num processo seletivo. Também creio que as empresas estão fazendo alguns ajustes para se integrarem melhor ao contato com profissionais por intermédio das redes. Mas, devemos considerar que muitas empresas bloqueiam o acesso as redes e outras páginas da internet a seus funcionários o que pode dificultar esta busca pelos profissionais de RH que fazem o trabalho de recrutamento."


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  • LinkedIn (profissional) – Fornece informações profissionais, habilidades, formação, áreas de interesse e avaliação do networking do candidato. O tamanho e qualidade da rede de relacionamentos do profissional, por exemplo, podem oferecer informações valiosas sobre o perfil profissional da pessoa.



  • SlideShare e Scribd (profissional) – Esses sites são os principais repositórios de apresentações. Profissionais que tenham perfis e apresentações nessa plataforma mostram suas habilidades de preparar apresentações e que tipo de conteúdos dominam (já que teoricamente, montaram apresentações sobre os mesmos). Alguns profissionais (como eu, por exemplo) conectam automaticamente o seu perfil do SlideShare com o LinkedIn, de forma a apresentar os conteúdos no perfil profissional diretamente.



  • Youtube (profissional e pessoal) – Uma busca pelo nome da pessoa no Youtube pode fornecer informações tanto sobre as características pessoais quanto profissionais de um candidato. Descobrir que pessoa tem vídeos sobre um hobby, por exemplo, pode ampliar as informações de perfil do candidato. Vídeos com atuação profissional da pessoa, também ampliam o perfil nessa área. Um fato especialmente interessante no caso de vídeos é que eles revelam outras dimensões sobre a pessoa que não podem ser avaliadas em outras plataformas, como expressão corporal e oral e apresentação pessoal. Encontrar vídeos do candidato falando outra língua, pode revelar a fluência real da pessoa no outro idioma. Se o profissional tem um perfil/canal no Youtube, isso pode revelar bastante sobre suas preferências.



  • Twitter (profissional e pessoal) – O perfil no Twitter revela informações sobre os interesses da pessoa e o seu ritmo online. Não apenas as mensagens postadas podem oferecer dados importantes, mas também sua frequência, quem a pessoa segue, que tipo de informação ela fornece sobre si mesma na sua página de perfil, como é sua foto, background, descrição da bio etc. Devido às características inerentes de limitação no tamanho da mensagem e ritmo, o perfil no Twitter pode revelar, inclusive, o quanto uma pessoa é mais reservada ou expansiva, mais crítica ou comedida, se é prolixa ou não, o quanto é popular e em que áreas, o quanto é informacional, técnica etc.



  • Facebook e outras redes horizontais, como o Orkut (pessoal) – Todo profissional é uma pessoa, e o modo como essa pessoa se relaciona com amigos e conhecidos oferece informações importantes sobre seu comportamento pessoal e valores. As pessoas também conversam de trabalho em suas redes pessoais e muitas vezes se expressam mais livremente nas plataformas de relacionamentos pessoais, como o Facebook e Orkut, do que em plataformas de relacionamento profissional, como o LinkedIn. Assim, buscar as comunidades e grupos que a pessoa frequenta pode dizer muito sobre ela. Existem casos famosos de profissionais que foram rejeitados em seleção porque participavam de comunidades e grupos do tipo “eu odeio trabalhar”. Essas informações certamente não são publicadas no perfil do LinkeIn. Outras informações interessantes que podem ser obtidas nessas redes são hobbies, atividades extra profissionais etc, que podem contribuir na construção do perfil profissional/pessoal do candidato.



  • Google e outros buscadores (profissional e pessoal) – Fazer uma busca no Google pelo nome da pessoa traz um panorama da pessoa no ambiente digital, considerando-se todas as plataformas indexáveis (como LinkedIn, Youtube, SlideShare, Facebook, Twitter, blogs, sites, páginas etc.). Isso amplia o perfil traçado por meio das informações obtidas apenas nos sites de mídias sociais apresentados acima, pois muitas vezes, o profissional é citado em blogs, sites, fóruns etc. Isso pode fornecer informações valiosas para análise e balanceamento de informações entre os perfis pessoal, profissional e atuação pública da pessoa. Uma pessoa que não aparece nas buscas, por exemplo, mostra que tem pouca atividade digital e pode também revelar que não é relevante no mercado, já uma pessoa relevante é bastante citada por outras, mesmo que ela não tenha perfis próprios no ambiente digital.


fonte:empreendedor X