terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Liderar Equipes


Também conhecida como “Geração da Internet”, a geração Y é representada por jovens nascidos após 1980. Estes, atualmente no auge de seus 20-30 anos, são pessoas engajadas com causas ambientais e sociais, extremamente ligadas à tecnologia e adeptas das novas mídias. Aprenderam, desde muito cedo, a conviver com a rapidez da internet e a selecionar e utilizar o melhor das diferentes plataformas da rede. Dinâmicos, “antenados” e inquietos, com aversão a ambientes monótonos: esse é o perfil desses jovens pró-ativos.

No contexto profissional, os jovens da geração Y estão em constante busca por conhecimentos técnicos e capacitação profissional. Almejam novidades e não hesitam em fazer mudanças, tomar decisões e enfrentar desafios. Constantemente ingressam em projetos e em múltiplas e diferentes atividades, para otimizar o tempo e se desenvolver rapidamente. Por isso, esses jovens são também reconhecidos como multi-task (multitarefa). Vivem em um ritmo acelerado, privilegiam o resultado e, por vezes, não consideram o caminho que deverá ser percorrido para atingi-lo.

Outra característica diferencial decorre do fato de os indivíduos da geração Y terem nascido na era “tecno-informacional”, o que os torna “nativos digitais”. Isso tem impacto em seu comportamento: os jovens dessa geração são muito mais abertos, por exemplo, às mudanças e à discussão/ incorporação de novas informações, de novas tecnologias e de diferentes plataformas sociais.

Por todas essas características e por estarem cada vez mais presentes no mercado de trabalho, estudos sobre a geração Y e sua relação com as demais gerações vêm ocupando posição de destaque nas discussões sociológicas. O que se verifica ainda é o reforço de estereótipos, por se fazer comparações com gerações anteriores, como se essas sempre tendessem a ser melhores do que as novas gerações. Disseminam-se, então, afirmações de que esses jovens são ambiciosos, exigentes, críticos e ávidos por obter posições de liderança o mais cedo possível. É frequente também o estigma de que os jovens da geração Y buscam qualidade de vida acima de tudo e que não têm lealdade pelas empresas onde trabalham e nem o comprometimento necessário para assumir cargos de liderança (ainda que cerca de 30% dos cargos de chefia no país já sejam ocupados por representantes dessa geração).

A REALIDADE SOBRE AS DIFERENTES GERAÇÕES

É preciso cuidado para não confundir “rótulos” atribuídos à geração Y com a realidade. Analisando criteriosamente as principais características, pode-se perceber que não existem diferenças tão drásticas assim entre os profissionais Baby Boomers e os da geração Y. Os Baby Boomers, indivíduos nascidos entre 1945 e 1956, são muito trabalhadores, preocupam-se mais com a qualidade do que com a quantidade de trabalho, são firmes e maduros em suas decisões.

Diversas pesquisas conduzidas por institutos e associações de credibilidade internacional mostraram que, independentemente da idade, os profissionais desejam trabalhar com um líder em quem possam confiar. As gerações, portanto, querem e valorizam aspectos parecidos. A divergência acontece quando se trata de prioridades, expectativas e comportamentos, que variam consideravelmente de geração para geração. Por exemplo: respeito é algo que todo profissional almeja, mas as pessoas demonstram o respeito de formas diferentes: para indivíduo da geração X, não bater antes de entrar na porta é falta de respeito; já para a geração Y não é, só é um reflexo da forma que aprenderam a se relacionar com pessoas mais velhas: de igual para igual, sem formalidades, mas isso não muda o fato de que as respeitam.

COMO LIDAR COM A GERAÇÃO Y?

Ainda que existam algumas similaridades, é inegável que a convivência entre indivíduos das diferentes gerações pode ser muito conflituosa se os indivíduos não souberem lidar com o outro. Isso é verificável em contextos familiares (pais e filhos, por exemplo) e, especialmente, no ambiente profissional.

Como um dos grandes desafios atuais é lidar com essa nova geração que está se inserindo e se consolidando no mercado de trabalho, seguem algumas dicas para melhor conviver com os profissionais da geração Y e manter o equilíbrio do ambiente organizacional:

1) Ser transparente: A geração Y é bem informada, o que requer que as decisões ou solicitações sejam claras e bem embasadas, para evitar questionamentos e para que haja um engajamento mais ativo nas tarefas.

2) Ser dinâmico: Acostumados com o ritmo das novas tecnologias, os jovens dessa geração podem não compreender por que algo – relativamente simples – requer tanto tempo para ser feito ou decidido. Eles também ambicionam uma rápida ascensão profissional. Por isso, é preciso demonstrar que existem processos estabilizados em uma empresa, que devem ser seguidos; que nem sempre pressa é sinônimo de eficiência e que a ascensão profissional requer dedicação, comprometimento e paciência.

3) Compreender seu universo particular: A geração Y não é workaholic. Para os indivíduos dessa geração, cultivar o universo privado é de extrema importância e não deve ser superado pelo trabalho. O trabalho deve se encaixar no projeto de vida deles – e não o contrário. Mas é importante deixar claro que o trabalho é o meio pelo qual um indivíduo pode ter condições financeiras para realizar grandes projetos pessoais e, por isso, não pode estar em segundo plano.

4) Dar feedback: Os jovens da geração Y são abertos a receber feedback. Para eles, conhecer diferentes aspectos de seu trabalho é positivo, pois impulsiona a busca pela superação. Assim, é preciso constantemente informar o que o jovem profissional vem fazendo de adequado e o que pode ser aprimorado/ melhor desenvolvido.

5) Quebrar preconceitos: Muitas vezes, as pessoas julgam sem antes observar as habilidades e o potencial do outro. Não se deve, portanto, julgar previamente que todo jovem profissional se comporta da mesma forma ou de antemão encaixá-lo nos rótulos atribuídos à geração Y.

Para que qualquer empresa cresça de maneira próspera, é preciso que seus profissionais aprendam a lidar com as diferenças: os mais jovens imprimem dinamismo, habilidades tecnológicas, a conexão; os mais experientes colaboram com o conhecimento mais profundo da empresa, negócios, estratégias, entre muitas trocas que ocorrem no ambiente corporativo. Dessa forma, as diferenças entre gerações podem ser muito produtivas, desde que os profissionais abandonem estereótipos e estejam abertos para lidar com o outro e com as diferenças. Assim, pode-se extrair o melhor de cada indivíduo e aprimorar o ambiente de trabalho.

Lucymara Alves de Andrade, Rosângela Curvo Leite e Vivian Cristina Rio.