segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Trabalho remoto traz motivação para os profissionais, defende empresa

A Cisco tem hoje uma baixa taxa de rotatividade de funcionários,
graças à possibilidade de 100% das pessoas trabalharem de forma remota

Na sede da Cisco Brasil, na cidade de São Paulo, existem mais funcionários do que mesas de trabalho. O motivo? A empresa incentiva que 100% dos profissionais atuem de forma remota, como parte de uma cultura defendida pela companhia, que fabrica equipamentos de rede, ao redor do mundo.


Na prática, a Cisco consegue uma série de benefícios com o modelo, em especial, a redução de custos de operação (água, luz, material de escritório, locação de espaço, entre outros). Mas a diretora de recursos humanos da fabricante no Brasil, Rose Mary Morano, destaca que um dos principais ganhos é a motivação dos funcionários. “Temos uma rotatividade [de profissionais] muito baixa, de menos de 2% ao ano”, conta Rose, que atribui esse cenário à flexibilidade do trabalho remoto, que é adotado há mais de uma década pela companhia.

“Além do funcionário não precisar enfrentar o trânsito para chegar ao escritório ou gastar com combustível, ele tem bastante liberdade, pois não controlamos a frequência das pessoas. Elas podem escolher a hora e o local em que querem trabalhar”, relata a executiva. Ela destaca, no entanto, que isso só acontece porque a Cisco avalia o desempenho dos profissionais pelo cumprimento de metas e resultados, mas não pela jornada de trabalho.

Para o home office dar certo, junto com uma cultura organizacional que propicie o modelo, as empresas precisam também investir em ferramentas que viabilizem o trabalho a distância. No caso da empresa de Rose, todos os profissionais usam uma VPN (rede privada virtual) para acessar os servidores da companhia de forma remota, assim como recebem laptops com uma solução de telefonia IP instalada – para realizar ligações pelo computador –, modems 3G (terceira geração) para acesso à internet móvel e têm direito ao reembolso do valor pago na conta mensal dos serviços de banda larga.

Do lado dos profissionais que trabalham de forma remota, o diretor de operações da Cisco no Brasil, Marcelo Ehalt, admite que a modalidade traz alguns desafios. “Ela exige um aprendizado”, relata o executivo. Uma das coisas que ele descobriu nos mais de 13 anos em que atua na companhia é que as pessoas precisam ter muita disciplina. “No começo, eu acordava cedo, tomava banho e vestia o terno, antes de sentar na frente do computador de casa”, relata, lembrando que isso fazia com que entrasse no ritmo de trabalho.

Atualmente, Ehalt conta que optou por passar a maior parte do tempo dentro do escritório da Cisco, por conta das próprias exigências do seu cargo, no qual precisa assinar documentos com frequência e se relacionar com uma série de pessoas. E, assim como ele, uma parte dos profissionais da sua equipe prefere trabalhar na sede da companhia, seja por conta da questão de falta de um ambiente adequado em casa ou pela própria necessidade de ter o contato com outras pessoas.

FONTE: www.rhportal.com.br